quinta-feira, 14 de maio de 2015

Avenida de SP mais letal para pedestre tem faixas apagadas e calçada estreita

Av. Marechal Tito teve 11 mortes por atropelamento em 2014.
Vídeo mostra travessia fora da faixa, calçadas estreitas e semáforo quebrado.

A Avenida Marechal Tito, em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, é a via mais letal para pedestres na capital paulista. No ano passado, das 15 mortes por acidentes de trânsito registradas, 11 foram causadas por atropelamentos, o que representa 73% do total de óbitos por acidentes. Os dados são da Companhia de Engenharia de Tráfego.
A única via de São Paulo com mais mortes que a Marechal Tito é a Marginal Tietê, onde 15 pessoas morreram atropeladas em 2014. No entanto, os acidentes com pedestres correspondem a 37,5% do total de óbitos na Tietê – a maioria é relacionada a batidas entre carros ou colisão com postes, guias e capotamentos. Além disso, a via expressa tem 23,5 km de extensão, enquanto a Marechal Tito tem 7,6 km. São mais mortes por menos quilômetros na avenida da Zona Leste.
VEJA AS DEZ VIAS DE SÃO PAULO COM MAIS MORTES POR ATROPELAMENTO EM 2014
Via
Total de mortes
Mortes por atropelamento
% de mortes por atropelamento
Marginal Tietê
40
15
37,5%
Av. Marechal Tito
15
11
73,3%
Marginal Pinheiros
33
9
27,3%
Av. Senador Teotônio Vilela
20
9
45%
Av. Jacu Pêssego/Nova Trabalhadores
23
8
34,8%
Estrada de Itapecerica
22
7
31,8%
Av.Aricanduva
12
7
58,3%
Estrada M'Boi Mirim
21
6
28,6%
Av. São Miguel
11
6
54,5%
Estrada do Campo Limpo
9
5
55,5%
Fonte: CET
G1 percorreu a Marechal Tito na última quarta-feira (6) e constatou que os pedestres estão em situação de risco em vários trechos da via (veja no vídeo acima). A avenida tem algumas calçadas estreitas, faixas de pedestre parcialmente apagadas e locais onde as pessoas atravessam o tempo todo, mas que não têm faixa.
Os problemas aparecem logo no início da avenida, próximo à Avenida São Miguel Paulista. A calçada não tem o 1,20 m livre de obstáculos previsto em lei. As pessoas acabam andando pela rua, arriscando-se perto dos ônibus. “A calçada é muito pequena, difícil de passar”, queixava-se a auxiliar de cozinha Cristiane Silva.
Em um cruzamento perto dali, com a Rua Américo Gomes da Costa, a equipe de reportagem presenciou outro fator de risco. O semáforo para pedestres fica cerca de um minuto no vermelho, e vários pedestres decidem não esperar e caminham pela faixa quando veem que não há carros passando.

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