sexta-feira, 29 de maio de 2015

Justiça de SP decide que Champinha vai continuar internado, diz MP

Ele será acompanhado por MP e CAPS e será reavaliado em três meses.
Aos 16 anos, ele matou Liana Friendenbach e ajudou a matar namorado.

Uma audiência no Fórum de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (28) decidiu que Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, de 28 anos, vai seguir internado na Unidade Experimental de Saúde, na Vila Maria, onde está há nove anos, e será reavaliado em nova audiência daqui três meses, de acordo com o Ministério Público. Neste período ele será acompanhado por uma equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e uma do Ministério Público.
Acusado de participar das torturas e dos assassinatos de Felipe Caffé, de 19 anos, e Liana Friedenbach, de 16, em 2003, Champinha chegou por volta das 13h30 ao Fòrum e deixou o prédio por volta das 15h. A audiência terminou às 20h após seis horas de reunião entre juiz, promotora, defensor público e representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
A Justiça de São Paulo promoveu a audiência com a presença Champinha para decidir se o mantém internado na Unidade Experimental de Saúde (UES), na capital paulista, ou o coloca em liberdade, em regime ambulatorial para ele continuar o tratamento mental. Ele estaria há cerca de cinco anos sem comparecer a uma audiência judicial.
A promotora Maria Gabriela Prador Manssur disse ao final da audiência: "O que preocupa é essa falta de perspectiva, não ter trabalho lá dentro atendimento multidiplinar. Com isso a gente concordou, que ele possa fazer alguma prestação de serviço lá dentro."
"Deve aumentar o acompanhamento que já é feito dentro da unidade, e que ele seja avaliado por uma outra equipe tanto do Ministério Público quanto do CAPS. Por outro lado, a nossa preocupação é manter a sociedade fora de qualquer situação de risco. A gente tem de preservar os direitos humanos dele e dos demais cidadãos."
Champinha vai continuar sendo assistido pelo psiquiatra Dr. Paulo Sérgio Calvo, que também foi ouvido hoje. "O Ministério Público sempre quis a proteção da sociedade por a partir do momento em que ele oferece risco à sociedade, a luta do MP é sempre pela manutenção da internação", disse a promotora.
Segundo a promotora, durante audiência foi muito questionada a forma como Champinha vive dentro da unidade. "Discutimos a ideia dele fazer um curso profissionalizante ou ter alguma opção de trabalho. É importante a sociedade estar preservada e ele estar tendo todos os direitos preservados. A partir do momento que oferece risco à sociedade pela patologia que possui (retardo mental leve e comportamento sociopata), pode colocar em risco a sociedade."
Segundo ela, foi apresentada uma proposta de desinternação inspirada no modelo do programa "De volta para casa", do Governo Federal. A proposta foi rejeitada.
A Defensoria Pública e o juiz que participou da audiência não quiseram dar entrevista alegando que o caso está em segredo de Justiça.

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