sexta-feira, 19 de junho de 2015

Capriles pede desculpas à delegação de senadores brasileiros na Venezuela

Após serem alvo de manifestação, senadores decidem deixar Venezuela.
Oito políticos brasileiros foram tentar visitar presos políticos.

Do G1, em São Paulo
Líder opositor na Venezuela Henrique Capriles tuita pedido de desculpas a senadores brasileiros que foram à Venezuela (Foto: Reprodução/ Twitter/ Henrique Capriles)Líder opositor na Venezuela Henrique Capriles tuita pedido de desculpas a senadores brasileiros que foram à Venezuela (Foto: Reprodução/ Twitter/ Henrique Capriles)
O líder opositor do governo venezuelano e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, atribuiu ao presidente Nicolás Maduro as dificuldades que os senadores brasileiros enfrentaram em Caracas nesta quinta-feira (18) ao tentar visitar os presos políticos no país.
Henrique Capriles, líder da oposição na Venezuela, em foto de 18 de abril de 2013 (Foto: AP/Ariana Cubillos)Henrique Capriles, líder da oposição na Venezuela,
em foto de arquivo (Foto: AP/Ariana Cubillos)
"Que vergonha mandar bloquear @NicolasMaduro a passagem da delegação Senadores Brasil", afirmou o opositor em sua conta no Twitter. "Em nome do nosso povo pedimos desculpas à Delegação Senadores Brasil @AecioNeves Não confundam @NicolasMaduro com essa nobre pátria", complementou.

O grupo de oito senadores brasileiro foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares.

Por meio das redes sociais, os parlamentares relataram ter tido dificuldades para deixar o aeroporto da capital do país vizinho. Os senadores brasileiros foram cercados por manifestantes em Caracas, segundo relato do repórter Rodrigo Carvalho, da GloboNews.
Viajaram à Venezuela o presidente da Comissão de Relações Internacionais, Aloysio Nunes (PSDB-SP), além dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC), segundo informações da assessoria do PSDB.

De acordo com a assessoria de imprensa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é um dos integrantes do grupo, os senadores tentaram ir a uma penitenciária, mas o trânsito estava muito ruim devido às vias que estavam bloqueadas.
Senadores brasileiros foram recebidos por esposas de presos políticos em Caracas (Foto: Twitter/@mariacorinaya)Senadores brasileiros foram recebidos por esposas de presos políticos em Caracas (Foto: Twitter/@mariacorinaya)

Diante da dificuldade, a comissão de senadores que viajou ao país nesta quinta-feira (18) decidiu retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada. O retorno ao Brasil será nesta quinta-feira, mas o horário ainda não foi definido.
'Sitiados'
De acordo com relatos de Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi "sitiado".
O senador Aloysio Nunes informou que a comitiva ficou "tentando sair das cercanias do aeroporto". "Ficamos por quase meia hora tentando sair das cercanias do aeroporto, mas fomos impedidos. Ouvimos duas justificativas esfarrapadas. A primeira foi a de que o impedimento se deu por causa do transporte de um prisioneiro vindo da Colômbia. A segunda foi uma acidente. Por essa razão, decidimos voltar ao aeroporto e esperar que se resolva esse imbróglio", postou.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) relata no Facebook problemas enfrentados pela comitiva de parlamentares brasileiros para deixar aeroporto de Caracas (Foto: Facebook / Aloysio Nunes Ferreira)O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) relata no Facebook problemas enfrentados pela comitiva de parlamentares brasileiros para deixar aeroporto de Caracas (Foto: Facebook / Aloysio Nunes Ferreira)
Em sua conta no Twitter, Aécio Neves disse que os parlamentares foram “sitiados em via pública” e que a van em que eles estavam foi atacada por manifestantes. “Acabo de falar com o presidente do Senado [Renan Calheiros]. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente”, publicou o tucano.
Também por meio de sua conta no Twiter, Caiado disse que o grupo não conseguiu sair do aeroporto. "Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan", postou o senado.

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram na tarde desta quinta que vão cobrar do governo brasileiro reação ao episódio de hostilidade relatado pelos senadores.
Leopoldo López, líder dos protestos na Venezuela, em foto de 11 de fevereiro (Foto: Juan Barreto/AFP)Leopoldo López, líder dos protestos na Venezuela,
em foto de 11 de fevereiro (Foto: Juan Barreto/AFP)
Presos políticos
Os senadores brasileiros pretendiam visitar na prisão os opositores Leopoldo López e Daniel Ceballos e se reunir com Antonio Ledezma, que está em prisão domiciliar depois de ser operado no final de abril.
López, que está em greve de fome desde o final de maio, foi detido há 19 meses na prisão militar de Ramo Verde, acusado de promover a violência na capital, enquanto Ceballos está em uma das sedes da polícia política da capital. Ele foi detido em março de 2014 e enfrenta um processo por sua suposta vinculação com as manifestações violentas que ocorreram na cidade de San Cristóbal na época em que era prefeito.
Já Ledezma foi preso há quatro meses e espera julgamento por sua suposta conspiração contra o governo de Maduro.
O governo venezuelano não comentou a visita da delegação brasileira, que ocorreu poucos dias depois que o ex-premiê espanhol Felipe González para apoiar os opositores presos. A visita de González gerou fortes críticas de Maduro, que denunciou a existência de um eixo internacional que busca legitimar uma "guerra" contra a Venezuela.

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